quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mostra de Resistência

Ataídes Braga lança livro “Cachoeira de Filmes”, que resgata a trajetória do Cinema Humberto Mauro.
Foto: Poliana Hubner e Polyana Fernandes

Os Jardins do Palácio das Artes ficaram ainda mais deslumbrantes com a recepção do meio cultural de Belo Horizonte.  A mistura de estilos e cores dos convidados confirmava que ali estava prestes a acontecer algo relevante para a cultura da cidade. Bolsas exóticas, óculos com armações diferentes e coloridas, cabelos e roupas nada convencionais, regados a uma recepção com direito a salgados finos e o tradicional vinho tinto de boa qualidade.
Foto: Poliana Hubner e Polyana Fernandes
            
O evento realizado na noite do dia 15 de abril lançou o livro “Cachoeira de Filmes”, de Ataídes Braga, e reuniu centenas de apaixonados pela sétima arte. Produtores culturais, cineastas, críticos, ex-diretores, integrantes do Centro de Estudo Cinematográfico (CEC) e pessoas que passaram pela história do Cine Humberto Mauro compareceram para ver o trabalho que resgata a importância da sala, que mantém a característica de abrir suas portas para produções que não têm espaço dentro da rede de filmes comerciais nas grandes salas de cinema.
Ataídes Braga é graduado em História pela UFOP e mestre em cinema pela UFMG. Ele ainda é ator, roteirista, produtor, professor e pesquisador de cinema.  Membro do Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais e do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, Braga também é autor dos livros - O Fim das Coisas, as salas de cinema de Belo Horizonte e Poesia Fragmentos de versos, 2007. Agora, ele apresenta seu novo trabalho, “Cachoeira de filmes”.
O escritor, empolgado com o lançamento do livro, descreve sua obra como uma forma de homenagear o cineasta Humberto Mauro: “o título Cachoeira de Filmes é uma frase dele, ele definia cinema como uma cachoeira, com movimento, continuidade e beleza. Homenagear o Cine e Humberto é resgatar para as novas gerações a história do cinema, mostrando o que a sala já exibiu e a sua importância para a produção cinematográfica de Minas e do mundo”, relata Braga, explicando a escolha do tema e o nome do livro.
Walesca Falci, diretora da sala de 1997 a 2003 ressalta as dificuldades de manter a sala em funcionamento, segundo ela, quando diretora encontrava problemas para montar uma programação que atendesse aos critérios de qualidade procurados. A ex-diretora vê no livro uma iniciativa que mostra a importância histórica e que aliado a evolução da mídia digital ajudará a criar condições para dar continuidade aos 33 anos de criação do espaço.
Cachoeira de Filmes
O leitor acostumado a frequentar os shoppings da capital em busca de filmes comerciais, certamente se surpreenderá com o livro. Na cobertura cronológica das exibições encontra-se a diversidade da programação exibida nos projetores do cinema. Mostras de produções, Egípcia, Polonesa, Japonesa, Iraniana, Italiana, entre outras, destacam o cine como um lugar propício para discutir e debater o que é captado pelas lentes das filmadoras. 
Ao iniciar a leitura do livro o leitor encontra uma linguagem de fácil entendimento, que atende de cinéfilos ao público comum. Nele, encontra-se um resgate do início do cinema no Brasil, os merecidos créditos ao movimento liderado pelo CEC e a determinação dos que se propunham a debater as produções culturais.
 O Cinema Humberto Mauro, desde sua criação, é mantido por recursos governamentais, vinculado a Fundação Clóvis Salgado. O livro deixa de lado o relacionamento do espaço com os gestores que passaram pelo Palácio da Liberdade. Do governo de Rondon Pacheco, ao recém eleito Antônio Anastásia, transitando da ditadura militar a democracia, os obstáculos e experiências que o passado ensina seriam necessários para incrementar o lado histórico, ajudando na construção de um caminho independente do resultado eleitoral.
Cachoeira de Filmes cumpre o seu objetivo, desvendando o que foi o Cinema Humberto Mauro e resgatando a contribuição de muitos que ajudaram de diversas formas, na continuidade do trabalho, iniciado há 33 anos. Esta obra será uma base para acertar o eixo da resistência e da diversidade das produções que não passam pelos estúdios hollywoodianos.
A história do Cineasta
Humberto Mauro, chamado de pai do cinema cultural, nasceu na cidade de Cataguases em Minas Gerais em 30 de abril de 1897 tornando-se um dos pioneiros do cinema moderno brasileiro.
Em 50 anos de carreira dirigiu doze filmes, e não conquistou um só prêmio no exterior, mas ficou consagrado no Brasil por retratar as belezas naturais, principalmente do interior do país. De 1927 a 1979 dirigiu curta, média e longa-metragens, colaborando como intérprete, roteirista, fotógrafo ou adaptador de diálogos, além de realizar mais de 300 documentários para o Instituto Nacional do Cinema Educativo (Ince).
Humberto Duarte Mauro foi casado com Maria de Almeida Mauro, com quem teve seis filhos. Possuía uma coleção de quase 200 bengalas e considerava-se vastamente roubado pelos exibidores, pois imaginava não ser corretamente remunerado por seus direitos autorais. Sua obra divide-se em duas fases importantes, entre o cinema mudo e o sonoro. Humberto faleceu aos 86 anos em conseqüência de uma parada cardíaca, no dia cinco de novembro de 1983 na cidade onde nasceu, e coincidentemente, na data em que se comemora o dia Nacional da Cultura, do Cinema Brasileiro e do Radioamador.
Cine Humberto Mauro
Foto Divulgação do Palácio das Artes

A história de vida e as contribuições à produção cinematográfica brasileira originaram a homenagem ao cinéfilo, dando ao espaço, destinado a discutir e desvendar a arte do cinema o nome de Cine Humberto Mauro.
A sala é considerada como centro de referência do cinema não-comercial. Localizado no Palácio das Artes foi inaugurado no dia 15 de outubro de 1978. Mas cinco anos antes havia algumas exibições nas instalações do Palácio. Eram levados projetores e as pessoas sentavam-se no chão. Com isso, logo perceberam a grande importância de se ter um espaço voltado ao cinema. Assim, o Cine Humberto Mauro veio ocupar um lugar de extrema importância para a arte cinematográfica em Belo Horizonte, criando um espaço para educação e reflexão sobre o cinema.
O cine possui 136 lugares e mais quatro reservados a Cadeirantes. Possui um moderno equipamento de projeção e som e é o único espaço na cidade dedicado à formação de público através da promoção regular de mostras, festivais e lançamentos de filmes, que são voltados à cultura e não ao consumismo. O Cine Humberto Mauro é considerado o cinema de arte e circuito de Belo horizonte, este padrão prevalece há 30 anos no Palácio das Artes.
André Novais, programador da sala, nos relata que o Cine Humberto Mauro tem um público fiel que sabe da grande importância dessas exibições. “Os filmes que são passados aqui têm uma programação diferenciada dos outros cinemas. Filmes que levam as pessoas a pensarem e discutirem o que é realmente o cinema. A sala não apresenta somente filmes novos, tem uma temática de programação diferenciada desde que foi inaugurado, exibindo filmes antigos, até exibe filmes novos com a condição de que levem a pensar o que é o cinema em questões cinematográficas. O ano todo é exibido filmes além das mostras permanentes que são exibidas”, explica.                                     
 O cine recebe em sua programação mostras de grande importância, entre elas se destacam: Festival Internacional de Curtas-Metragens de Belo Horizonte; forumdoc.bh - Festival do Filme Documentário e Etnográfico; MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação; FELCO – Festival Latino-Americano da Classe Obrera.Recebe também exibições e itinerâncias de eventos como: INDIE – Mostra de Cinema Mundial; Videobrasil – Festival Internacional de Arte Eletrônica; Festival Mix Brasil.
Atualmente, o Cine Humberto Mauro apresenta dois programas de exibição de vídeos e curtas, o Cineclube Curta Circuito, às segundas feiras, promovido pela Associação Curta Minas e a Mostravídeo Itaú Cultural, realizado pelo Instituto Itaú Cultural, exibido às quartas feiras, ambos com entrada franca.
As informações de toda a programação estão disponíveis no site www.fcs.mg.gov.br, na recepção do Palácio das Artes ou pelo telefone 031 - 3236 7333.  
Matéria publicada por Poliana Hubner e Polyana Fernandes

Um comentário:

  1. Vamos lá:

    -Não deixem de colocar legendas nas fotos;
    -Regência: regados a uma recepção com direito a salgados finos e ao tradicional vinho tinto de boa qualidade (-1);
    -Adequação: Centro de Estudo Cinematográficos;
    -Adequação: também é autor dos livros “O Fim das Coisas, as salas de cinema de Belo Horizonte” (1995) e “Poesia Fragmentos de versos” (2007);
    -Adequação e uso do verbo dicendi: Humberto Mauro. “O título ‘Cachoeira de Filmes’ é uma frase dele. Mauro definia cinema como uma cachoeira, com movimento, continuidade e beleza. Homenagear a sala e Humberto é resgatar para as novas gerações a história do cinema, mostrando o que a sala já exibiu e sua importância para a produção cinematográfica de Minas e do mundo”, relata Braga, explicando a escolha do tema e o nome do livro (-1);
    -Pontuação: Walesca Falci, diretora da sala de 1997 a 2003, ressalta as dificuldades (-1);
    -Pontuação: funcionamento. Segundo ela, quando diretora, encontrava problemas;
    -Concordância e crase: mostra a importância histórica que, aliada à evolução da mídia digital, ajudará a criar condições para dar continuidade aos 33 anos de criação do espaço (-1);
    -Pontuação: O leitor acostumado a frequentar os shoppings da capital em busca de filmes comerciais certamente se surpreenderá (-1);
    -Pontuação: Na cobertura cronológica das exibições, encontra-se;
    -Pontuação e grafia: Mostras de produções egípcia, polonesa, japonesa;
    -Pontuação: Ao iniciar a leitura do livro, o leitor encontra;
    -Crases: os merecidos créditos ao movimento liderado pelo CEC e à determinação dos que se propunham a debater as produções culturais; vinculado à Fundação Clóvis Salgado; da ditadura militar à democracia;
    -Aspas: “Cachoeira de Filmes” cumpre;
    -Pontuação: na cidade de Cataguases, em Minas Gerais, em 30 de abril de 1897, tornando-se um dos pioneiros do cinema moderno brasileiro;
    - Pontuação: Em 50 anos de carreira, dirigiu doze filmes;
    -Pontuação e concordância: De 1927 a 1979, dirigiu curtas, médias e longas-metragens (-1);
    -Adequação: Humberto faleceu aos 86 anos, em consequência de uma parada cardíaca. A data foi 5 de novembro de 1983, quando se comemora o dia Nacional da Cultura, do Cinema Brasileiro e do Radioamador. O lugar, a própria cidade onde nasceu;
    -Pontuação: dando ao espaço destinado a discutir e desvendar a arte do cinema o nome de Cine Humberto Mauro;
    -Concordância: Localizada no Palácio das Artes, foi inaugurada no dia 15 de outubro de 1978 (-1);
    -Grafia: cadeirantes;
    -Grafia e pontuação: Belo Horizonte. Este padrão prevalece;
    -Concordância: A sala não apresenta somente filmes novos, tem uma temática de programação diferenciada desde que foi inaugurada;
    -Adequação: antigos. Até exibe filmes novos, com a condição de que levem a refletir sobre questões cinematográficas;
    -Concordância: O ano todo são exibidos filmes além das mostras permanentes que são exibidas;
    -Pontuação: entre elas se destacam o Festival Internacional;
    -Pontuação e adequação: pela Associação Curta Minas; e a Mostravídeo Itaú Cultural, realizada pelo Instituto Itaú Cultural, que acontece às quartas-feiras. Ambas têm entrada franca.
    Nota: 19/25.

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