terça-feira, 3 de maio de 2011

Copa do Mundo volta à América do Sul

Depois de mais de 50 anos o Brasil está de frente com os desafios de sediar o maior torneiro de futebol do planeta

Carla Danielle e Yvan Muls
 
O Brasil foi escolhido pela Fédération Internationale de Footboll Association (Fifa) para sediar a próxima copa do mundo de futebol em 2014. A decisão foi anunciada pelo presidente Joseph Blatter, em cerimônia na sede da entidade, na Suiça, no dia 30 de Outubro de 2007. Na ocasião, o presidente da entidade salientou que o país dos melhores jogadores do mundo, com cinco conquistas mundiais, terá o direito, mas também a responsabilidade, de sediar a Copa de 2014. Em seu discurso, afirmou que o fato da Colômbia ter desistido da candidatura não facilitou a escolha do Brasil como sede da competição.
 A realização do torneio no país depende do cumprimento de várias obrigações que estão no caderno de encargos da organizadora do evento. A Fifa obriga a garantia do uso da verba disponível para realização integral da Copa. O Brasil deve apresentar em tempo hábil estádios aptos (padrão Fifa) para realização dos jogos e treinamento.  Além disso, a entidade exige infraestrutura adequada do país como um todo. Itens como mobilidade urbana, aeroportos, hotelaria, possibilidade de realização de congressos e eventos, segurança, saúde, telecomunicações, facilidades para a mídia, dentre outros, serão rigorosamente avaliados.
Ao todo, 18 capitais concorreram para sediar os jogos da copa em 2014. Apenas 12 cidades-sede foram escolhidas em evento da Fifa em Bahamas, no dia 31 de maio de 2009: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE),  Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). A escolha, segundo o secretário geral da Fifa, Jerome Valcke, obedeceu critérios técnicos, com base nos projetos elaborado pelas cidade e visitas dos membros do comitê organizador. Aspectos como a rede hoteleira, transporte urbano, segurança pública e opções de lazer também pesaram na decisão.

Estádios
A capacidade mínima de ocupação nos estádios exigida pela Fifa é de 40.000 lugares, sendo que o local de abertura deverá ter condições de receber 60.000 e o de encerramento 80.000 pessoas. Ela recomenda ainda que todos os espectadores possam assistir aos jogos assentados em cadeiras individuais, numeradas e com encosto de pelo menos 30 cm de altura. Os estádios devem ser equipados com banheiros limpos e em quantidade suficiente, corredores largos de entrada e saída e tribunas de imprensa bem aparelhados. Nas imediações dos locais dos jogos devem haver hospitais e estacionamentos.
Muito provavelmente o Rio de Janeiro receberá a decisão do principal torneio de futebol do mundo. A simples possibilidade do Maracanã reviver a histórica final de 1950 contra o Uruguai e ter um final mais feliz, o credencia para ser o palco da final. São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador pleiteiam o pontapé inicial, porém a palavra final é da Fifa. Segundo Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a verba para as reformas dos estádios públicos serão provenientes de parcerias público-privadas e os particulares serão de responsabilidade dos próprios clubes. A entrega definitiva de todos os palcos para a Copa será em 31 de Dezembro de 2012, já que haverá a Copa das Confederações em 2013, que vai servir como uma prévia para o Mundial.
Caso o Brasil não cumpra as exigibilidades em tempo, a Fifa poderá transferir a realização do evento para outro país que já tenha estrutura para recebê-lo, como os Estados Unidos, por exemplo. Desafios à parte, o país espera receber 10% de turistas a mais de seu fluxo anual. No mês da Copa estima-se pelo menos 500.000 pessoas desembarcando nas doze cidades-sede.  A África do Sul recebeu 200.000 turistas na Copa de 2010. A média de público nos eventos anteriores foi de 400.000, com exceção da Alemanha, por estar bem localizada geograficamente, recebeu 2 milhões de expectadores. Calcula-se que o Mundial no Brasil consumirá 5 bilhões de dólares, uma vez que haverá muito a ser feito. O argumento do Governo Federal para o gasto público destinado à realização da Copa no Brasil é que o certame não só trará emprego mas deixará um legado de obras urbanas que beneficiará toda a população mesmo após seu término.  A história revela que o impacto econômico de um país com a realização do evento acresce o PIB entre torno de 1,4% e 1,7%, foi o que ocorreu na França em 1998 e na Alemanha em 2006 respectivamente.

Belo Horizonte na Copa de 2014
O Brasil tinha um pouco menos de sete anos para estar pronto para receber a Copa de 2014. As cidades tiveram quase dois anos para apresentarem seus projetos e menos dois para os realizarem. Dois anos se passaram e matematicamente agora faltam apenas três para data de realização do evento. O prazo começa a ficar curto para finalização de todas as obras estruturantes necessárias.
O cronograma das obras do estádio Governador Guimarães Pinto, mais conhecido como Mineirão, em Belo Horizonte, uma das cidades-sede, apresentado pelo Governo do Estado era do segundo semestre de 2010, com prazo de entrega em Dezembro de 2012. Para Sérgio Barroso da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), “O Mineirão será o primeiro estádio pronto para a Copa. Faremos a reinauguração no dia 31 de dezembro de 2012 e isso vai nos credenciar a ter papel importante na Copa das Confederações em 2013 e também na Copa do Mundo Fifa Brasil em 2014”.
As obras, segundo o secretário, estão em ritmo acelerado e em dia com o marco regulatório estabelecido com a Fifa. As reformas entraram na terceira e última fase que compõem o maior custo de execução que é de R$654 milhões. Os recursos serão provenientes da empresa Minas Arena, constituída pela Construcap S.A Indústria e Comércio, Egesa Engenharia S.A e Hap Engenharia Ltda. Esta fase do projeto é a adequação do estádio ao mais alto padrão de qualidade estabelecido pela Fifa.
Segundo o diretor presidente do Minas Arena, as demolições internas estão em fase final e 25% das escavações para sustentação da nova arquibancada foram realizadas. As fundações serão o próximo passo na área externa, que darão sustentação a futura esplanada.  “Os trabalhos de demolição e fundação demandam um bom tempo para execução. Quando entrarmos na modernização propriamente dita todos vão se surpreender com a rapidez da evolução”, explica Barra.
A esplanada em torno do estádio funcionará como área de convivência aberta às famílias e a turistas. O espaço aberto ao público transformará o Mineirão em uma arena multiuso para eventos de outras modalidades esportivas, de lazer e cultura.
Negócio e sustentabilidade
O modelo de negócio estabelecido pelo Governo de Minas para a reforma e administração do Mineirão é a gestão compartilhada, inspirada nas grandes arenas que são geridas desta forma, como na Alemanha, Holanda e França. O secretário afirma que é bom negócio para o Estado que não serão investidos recursos públicos diretamente nas obras e o consórcio tem assegurado retorno dos investimentos aplicados. O Governo controla e monitora tanto as obras quanto seu funcionamento após a reabertura, garantindo o lucro para o setor privado e reduzindo a necessidade de suas contrapartidas. O prazo de concessão é de 25 anos, tempo que o consórcio poderá explorar e operar os negócios.
Os clubes mineiros, América, Atlético e Cruzeiro, também serão contemplados neste modelo. Os responsáveis máximos por atrair grande público aos gramados nos dias de jogos terão às rendas de bilheteria e estacionamento garantidos, além de acordos comerciais que poderão ser firmados. Mas o contrato estabelece indicadores de desempenho. Caso os desempenhos de gestão e resultado fiquem abaixo do esperado poderá haver sanções e até mesmo interrupção da concessão.
Práticas sustentáveis estão estabelecidas no projeto de revitalização e modernização da arena. A assessora de comunicação da Secopa, Juliana Alvim, afirma que o novo estádio prioriza desde a obra, padrões, ferramentas e procedimentos aceitos internacionalmente como ecologicamente corretos. O objetivo é “obter a certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), destaca Alvim.
Para isso é usado resíduos provenientes de outras demolições, a água da chuva é armazenada e reaproveitada. Na nova estrutura de cobertura do estádio haverá geração de energia elétrica através da captação solar por meio de células fotovoltaicas. A capacidade de armazenamento destas placas seria suficiente para atender 750 residências gerando economia. A iluminação será de alta eficiência, baixo consumo e sistema elétrico inteligente. E o lixo terá sistema de coleta seletiva e armazenamento de resíduos sólidos, conforme explicação do presidente do Minas Arena e coordenador das obras, Ricardo Barra.
Mobilidade em BH
Há previsão da reforma e expansão do terminal 1 e construção do terminal 2 do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), com prazo de conclusão em outubro de 2013 e junho de 2014 respectivamente. Além da ampliação de pista e pátio prevista para ficarem prontas em junho de 2013. Nas obras serão consumidos aproximadamente R$ 252 milhões da União. A modernização e ampliação da rodovia LMG 800 que muda o traçado de acesso ao aeroporto será concluída em junho de 2013. 
 Veja o andamento das obras do Mineirão:

Um comentário:

  1. Vamos lá:

    -Pontuação: Depois de mais de 50 anos, o Brasil está de frente;
    -Concordância de gênero: e saída e tribunas de imprensa bem aparelhadas (-1);
    -Pontuação: Muito provavelmente, o Rio de Janeiro;
    -Explicar melhor: Muito provavelmente o Rio de Janeiro receberá a decisão do principal torneio de futebol do mundo;
    -Adequar: A história revela que o impacto econômico de um país com a realização do evento faz com que o PIB cresça em torno de 1,4% e 1,7%. Foi o que ocorreu na França, em 1998; e na Alemanha, em 2006;
    -Tirar: e menos dois para os realizarem;
    -Artigo: para a data de realização do evento; curto para a finalização de todas as obras;
    -Adequar: Para Sérgio Barroso, titular da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), “o Mineirão será o primeiro estádio pronto para a Copa. Faremos a reinauguração no dia 31 de dezembro de 2012 e isso vai nos credenciar a ter papel importante na Copa das Confederações em 2013 e também na Copa do Mundo Fifa Brasil em 2014”;
    -Concordância: As reformas entraram na terceira e última fase que compõe o maior custo de execução, que é de R$ 654 milhões (-1);
    -Crase: que darão sustentação à futura esplanada (-1);
    -Adequar: O secretário afirma que é bom negócio para o Estado o fato de que não serão investidos recursos públicos diretamente nas obras. Nesse sentido, o consórcio tem assegurado retorno dos investimentos realizados;
    -Crase: terão as rendas de bilheteria e estacionamento garantidos;
    -Aspas: “O objetivo é obter a certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design)”, destaca Alvim;
    -Concordância: Para isso, são usados resíduos provenientes de outras demolições (-1);
    -Tirar: gerando economia;
    -Concordância: A modernização e ampliação da rodovia LMG 800, que muda o traçado de acesso ao aeroporto, serão concluídas em junho de 2013.

    Nota: 21/25.

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