sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pelo ar ou pela web?

O rádio, tal qual o conhecemos, em sua forma mais tradicional, é um senhor com mais de 100 anos de idade. Tanta história é justificada pelo fascínio causado por uma das invenções mais importantes do ser humano. O rádio é muito mais que um aparelho formado por receptores e transmissores, que opera com ondas eletromagnéticas. Este equipamento representa, para muitos, a proximidade, o encurtamento das distâncias, o companheiro que está ao lado, pronto para ouvir e ser ouvido. Mas se toda essa história nos revela a força deste meio, ela também nos mostra que o caminho até 2011 não foi exatamente fácil, repleto de questionamentos e adaptações. Se o surgimento da televisão causou calafrios em parte dos fãs mais fiéis do rádio na década de 40, a internet fez arrepiar, mais recentemente, uma outra parcela desses seguidores. Juntamente com os sites e com essa nova forma de comunicação surgiram novas indagações. Entre as últimas questões estão o surgimento e a atuação das webradios. A interligação de computadores em uma rede mundial, e suas consequências, pode representar o declínio das transmissões de rádio por ondas? As webradios irão ocupar o tempo e espaço dos atuais ouvintes de rádio FM e AM? Essas ditas “rádios da internet” são as emissoras customizadas do futuro?

Kaiser acredita que não há razões para se questionar a força do rádio
Para quem trabalha com rádio diariamente, o poder do meio ultrapassa qualquer possível barreira colocada pelas novas tecnologias. De acordo com o diretor da CDL FM, Kaiser Henrique, não há motivos para duvidar da força do rádio, seja agora ou no futuro. Para ele, o surgimento de novas tecnologias deve ser visto como algo positivo, que aumenta e não reduz o poder do rádio. “Se olharmos para trás veremos que o radio já foi condenado com a entrada da TV, do CD, DVD, MP3, Ipod, entre outros, mas nada alterou de uma forma que pudéssemos verificar como perda. Pelo contrário, todas as tecnologias lançadas colocaram o sintonizador de rádio em sua plataforma. Ou seja, o rádio hoje está a alcance de mais pessoas, vai mais longe por conta da internet, podendo ser ouvido em qualquer lugar do planeta, com melhor qualidade e mais interatividade”. No entanto, Kaiser faz um alerta para aqueles que não estão antenados com as novidades impostas pelo mercado. “O mundo tecnológico de hoje potencializou o rádio, mas só vai conseguir tirar proveito disso quem for esperto. Quem gosta de ouvir rádio vai continuar ouvindo, independentemente de outras tecnologias lançadas. Se pegarmos a cobertura do meio de anos atrás e compararmos com a cobertura de hoje, veremos que ela cresceu. Há mais pessoas no mundo e mais pessoas se ligando, homens, mulheres, crianças, gente de todas as classes sociais, raças e culturas”.

Existem mais de 1800 webradios no país
Para os estudiosos no assunto, como a jornalista Nair Prata, autora do livro "Webradio: Novos Gêneros, Novas Formas de Interação", as rádios criadas exclusivamente para a internet têm como característica principal a segmentação. Em entrevista concedida ao jornalista Filipe Serrano, para o jornal Estado de São Paulo, a pesquisadora afirma: “Aquela figura da rádio que fala para todas as pessoas está acabando porque o rádio fala cada vez mais para públicos específicos”. O site www.radios.com.br lista 1854 webradios no país, dados de abril deste ano. Entre os 20 sites mais acessados dessa listagem, nove oferecem uma programação de músicas evangélicas, o que pode ser entendido como um claro direcionamento de conteúdo. O mesmo raciocínio é defendido pelo jornalista da OI FM, Leobaldo Prado. “Webradios são produtos altamente direcionados. Só funcionam quando têm um propósito claro, específico mesmo: rádios de rock, rádios de esportes radicais, rádios de humor, de jazz etc”. No entanto, quando o assunto é uma possível substituição das emissoras tradicionais pelas webradios, Leobaldo é categórico: “Não acredito nisso. Na web, a oferta é muito grande, a concorrência é gigantesca, muitos produtos acabam se perdendo na chamada 'cauda longa' da rede. O dial ainda é muito forte e continuará a ser encarado como um espaço de maior valor agregado, para qualquer cliente, por um bom tempo. Além do mais, é possível estar no dial e estar também na web. O contrário não, pelo menos não necessariamente”.

A especificidade gerada pelas webradios começa a atrair a atenção das empresas e das agências de publicidade. Para o gestor de projetos da Libra Comunicação, Humberto Mainenti, as webradios podem renovar a forma de se fazer rádio. “Trata-se da possibilidade de reinventar o meio e de customizá-lo em níveis nunca antes imaginados”. O publicitário também não acredita que haverá a substituição de um modelo por outro, especialmente porque há ainda grandes obstáculos internos, como a falta de um amplo acesso à internet. “Quando falamos em públicos específicos, para os quais o acesso à internet é garantido e esse hábito é consolidado, não há objeção à introdução de uma webradio em um plano de comunicação. Pelo contrário, vejo as webradios, nesses casos, como interessante ferramenta. Mas, quando tratamos de comunicação em massa, vejo esses modelos como um meio restrito. Parece contraditório, já que não há nada mais universal e democrático que a internet, mas o número de pessoas sem acesso à rede é grande, o que torna o investimento em webradios algo ainda limitado”.

Por Leo Ribeiro

Um comentário:

  1. Vamos lá:

    -Ortografia: consequências;
    -Colocar legenda;
    -Adequação: o surgimento de novas tecnologias deve ser visto como algo positivo;
    -Pontuação: Quem gosta de ouvir rádio vai continuar ouvindo, independentemente de outras tecnologias lançadas;
    -Sugiro aspas no nome do livro: “Webradio: Novos Gêneros, Novas Formas de Interação”;
    -Concordância: as rádios criadas exclusivamente para a internet têm como característica; Só funcionam quando têm um propósito claro (-1);
    -Tirar: O dial ainda é muito forte;
    -Cuidado com a repetição: acesso; forma; ainda.

    Nota: 24/25.

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